Compartilhar imaginários: o jornalismo compartilhado como construtor de espaços democráticos e criativos
Resumo
A América Latina é um campo fértil e produtivo de imaginários sociais ao mesmo tempo em que vários veículos de comunicação ignoram essa diversidade por seus interesses econômicos, transformando tudo em informação hegemônica. Em contrapartida, o Jornalismo Compartilhado tem contribuído com a memória e o imaginário social das comunidades que, historicamente, foram e são sub-representadas ou, ainda, não representadas. É esse o ponto de partida para a construção deste artigo, a experiência que o Jornalismo Compartilhado oferece como uma alternativa teórica e prática. Desde 2000, o laboratório de ensino, pesquisa, extensão e coletivo Magnifica Mundi vem trabalhando pela democratização da comunicação no Brasil, além de proporcionar experiências diferenciadas e não hegemônicas a graduandos em Jornalismo. O coletivo oferece cursos de formação para jovens e adultos, que se tornam jornalistas populares e produzem informações dentro de suas realidades. A memória, assim, vai sendo recuperada, preservada e repassada também pelos jornalistas populares. A América Latina, lugar de contadores de histórias, cantores, trovadores, repentistas, mestres e mestras de funções menosprezadas pelo mercado capitalista, pode construir um enorme e sólido espaço para a criatividade, para a memória e para o imaginário via Jornalismo Compartilhado que, assim, contribui para o fortalecimento e continuidade da criatividade dos povos latino-americanos.