BLOCO REVOLUCIONÁRIO DO PROLETARIADO COMUNA QUE PARIU: A CULTURA COMO FERRAMENTA DE FORMAÇÃO REVOLUCIONÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.52765/entropia.v6i11.262Resumo
Este trabalho visa apresentar, de um lado, o debate teórico-político acerca do conceito de cultura à luz da teoria marxista, para provocar o debate sobre a formação revolucionária de base popular e, de outro lado, refletir sobre uma formação concreta: a experiência do Bloco Revolucionário do Proletariado Comuna Que Pariu (CQP). A relação teoria e prática sobre cultura popular como ferramenta revolucionária exercida no CQP se dá através do processo de observação participante de uma das autoras, que acompanhou o Bloco durante um determinado período e traz junto deste relato, algumas reflexões sobre este método consolidado na Antropologia frente a luta de classes e a organização popular. No campo do debate teórico-político, colocamos em diálogo dois pensadores fundamentais para a teoria marxista da cultura: o italiano Antonio Gramsci (1891-1937) e o inglês Raymond Williams (1921-1988). A partir da concepção gramsciana de cultura e dos estudos de Williams sobre o tema, buscamos dar subsídios para a nossa defesa do potencial de transformação da sociedade que o Partido Comunista Brasileiro (PCB) vem exercendo nos seus cem anos de existência e, nas últimas décadas, com a atuação direta no campo da cultura popular através do CQP. Concluímos afirmando nossa posição em defesa da organização política e da construção do poder popular, que são as pautas fundamentais do PCB ao longo de toda a sua história.