“COMO É QUE ISSO TUDO COMEÇOU”: SENTIDOS DE ORIGEM DAS OCUPAÇÕES EM ESCOLAS ESTADUAIS DO RIO DE JANEIRO (2016)

Autores

  • Ana Carolina Oliveira Alves UNICAMP
  • Henrique Dias Sobral Silva UFMG

Resumo

Partindo do verso “Como é que isso tudo começou”, da música Almanaque, de Chico Buarque (1981) e dos referenciais do Coletivo de Pesquisa Juventude, Desigualdade Social e EJA (COLEJA-UFRJ), do qual fazemos parte, este artigo propõe um movimento inicial de aproximação com a bibliografia sobre as ocupações de escola e também com as falas dos alunos que participaram desse movimento no Rio de Janeiro, entre os anos de 2015 e 2016. Tendo como fio condutor os sentidos de origem que são concedidos a este movimento, pretendemos analisar o estabelecimento de algumas leituras hegemônicas acerca das ocupações como sendo uma etapa inexorável de movimentos sociais históricos, por vezes, alheios às condições materiais reais desses jovens, considerando o preocupante distanciamento no tempo e no espaço. Para nós, tal discurso heroiciza os jovens e tende a encerrar suas experiências de vida no momento das ocupações, sem entendê-los em suas trajetórias e condições socioeconômicas reais e com vivências anteriores e posteriores ao processo de ocupação. Para cumprir tal objetivo, buscaremos referenciais na produção bibliográfica sobre o tema e também em grupos focais realizados pelo coletivo de pesquisa, focando nas narrativas sobre as motivações desses estudantes para o início do processo. Acreditamos que estas reflexões contribuem para o enfrentamento político das questões apontadas por esses jovens colaborando com a crítica necessária aos atuais discursos de descrédito na potência transformadora tanto do espaço escolar quanto do ser jovem sem, entretanto, deixar de considerar suas questões internas, subjetividades e contradições.

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Publicado

24/03/2022

Como Citar

Alves, A. C. O., & Silva, H. D. S. (2022). “COMO É QUE ISSO TUDO COMEÇOU”: SENTIDOS DE ORIGEM DAS OCUPAÇÕES EM ESCOLAS ESTADUAIS DO RIO DE JANEIRO (2016). Entropia, 4(8), 71–90. Recuperado de https://entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/270