REFLEXÕES SOBRE A APROPRIAÇÃO SOCIAL DA NATUREZA E A LÓGICA DA ACUMULAÇÃO DO CAPITAL
Resumo
Na segunda metade do século XX aconteceram fatos que tem influenciado as formas de perceber, compreender, agir, produzir e reproduzir das sociedades desde então. No que se refere as questões socioambientais destacam-se três. Primeiro a emergência da consciência acerca dos impactos sociais e ambientais que as pressões antrópicas exercem sobre o meio ambiente. Segundo uma virada epistemológica que coloca em tensão os que acreditam que o conhecimento técnico-científico dará respostas a grande parte das problemáticas que assolam o mundo contemporâneo e aqueles que questionam a capacidade de transformação das formas de produção de conhecimento que tem como pressupostos o racionalismo, o tecnicismo e o economicismo de matriz europeia. Terceiro o esfacelamento da perspectiva da sustentabilidade. Estes acontecimentos implicam transformações nas relações entre sociedade e natureza que alteram as dinâmicas sociais e os modelos segundos os quais a coletividade se organiza de maneira normativa. Mesmo porque, significam a apropriação dos recursos naturais para a reprodução do capital, o surgimento de riscos associados aos processos industriais que se apropriam destes recursos para a produção de bens e seus impactos nas formas de viver num mundo que tem se tornado insustentável. Neste contexto, este artigo analisa a apropriação social da natureza e a lógica da acumulação do capital e algumas das consequências e conflitos socioambientais associados a este processo.