A INTERDIÇÃO DO FILME PRATA PALOMARES: CENSURA, VANGUARDA E CINEMA BRASILEIRO NA DÉCADA DE 1970

Autores

  • Adriano Del Duca Universidade Federal Fluminense - Programa de Pós Graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCINE-UFF)

Resumo

O filme Prata Palomares (André Faria, 1971), interditado em 1972 pela Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP), foi realizado por artistas ligados ao grupo do Teatro Oficina e outros que circulavam entre o cinema novo e o cinema marginal, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em diálogo com a experiência da tropicália, o filme traz à cena a luta armada, a tortura, a religiosidade popular e a antropofagia como elementos estéticos da ficção narrada. Sua interdição se articulou em torno da proibição de exibí-lo na Semaine de la Critique do Festival de Cannes de 1972, e, tanto o longo processo de interdição (1971-1977), quanto o material de imprensa e censura relacionado à exibição do filme em festivais em 1977 e 1979, e ao seu lançamento comercial em 1983, comportam elementos para a reflexão sobre a arte produzida durante a ditadura civil-militar, o enfrentamento que se deu entre o Estado brasileiro e artistas neste período. Prata Palomares, abordado como objeto de pesquisa historiográfica do cinema brasileiro, acumula elementos que colaboram na revisão de obras e artistas que foram silenciados ou eclipsados pela censura no contexto político pós-1968.

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Publicado

08/05/2022

Como Citar

Del Duca, A. (2022). A INTERDIÇÃO DO FILME PRATA PALOMARES: CENSURA, VANGUARDA E CINEMA BRASILEIRO NA DÉCADA DE 1970. Entropia, 5(9), 130–146. Recuperado de https://entropia.slg.br/index.php/entropia/article/view/331