OCUPAÇÕES URBANAS: MEMÓRIA E AÇÕES COLETIVAS
Resumo
A modernidade ocidental é marcada pela excessiva produção de informação, efeito da sofisticação digital e da globalização. As tecnologias de poder, paralelamente, se voltam a produzir uma subjetividade individualizante atuando, através da mídia de massa e da publicidade, nos campos mais profundos do sujeito, no corpo, no pensamento e no desejo. Do mesmo modo, a História e seus métodos cartesianos se utilizam da narrativa dominante para preencher suas páginas, sugerindo que existe uma verdade sobre o nosso passado que é escrita pela mão dos vencedores (Benjamin, 1987). A velocidade da informação ajuda a empobrecer a experiência singular do sujeito e apagar os rastros culturais minoritários, fazendo-se necessário uma análise da produção da memória coletiva e suas expressões narrativas. Neste cenário ocorre constantemente o ofuscamento de diversos elementos constitutivos da coletividade, como a memória e as questões associadas a ela. Neste cenário caótico, a proposta é apresentar uma visão a partir da base do movimento, sem qualquer filtro de negócios (mídia e Estado), mas nem por isso neutro politicamente - pelo contrário. Propõe-se, assim, através de um método investigativo, analisar como as mobilizações sociais têm se organizado para resgatar e produzir outra memória coletiva que respeite a multiplicidade e a singularidade dos que são excluídos pelos poderes e pela história.