A FORMAÇÃO INTELECTUAL DE OSWALD DE ANDRADE: DA DISSONÂNCIA BURGUESA À BRASILIDADE REVOLUCIONÁRIA
DOI:
https://doi.org/10.52765/entropia.v9i17.571Resumo
O campo da História Social tem como objeto a história da sociedade como um todo, o que inclui a história social das ideias que promovem nossas formas de organização. Um dos fenômenos intelectuais mais importantes é a emergência das Vanguardas Históricas, enquanto novo arranjo sensível marcado pela autocrítica e pela rejeição aos valores burgueses esteticistas. Tal fenômeno produziu um impacto distinto na América latinizada, em função da especificidade de seus aspectos históricos marcados pelo colonialismo. Aqui, as vanguardas ensejaram reflexões sobre os problemas nacionais e a revisão de nossas identidades, a partir de nossas origens étnicas numa chave estética primitivista, tendo como marco, no Brasil, a obra de Oswald de Andrade. O objetivo deste texto é analisar as formas de sua inserção intelectual, a partir do levantamento de sua formação, bem como sua atividade e principais interlocutores. Tendo como horizonte a constituição de um imaginário crítico-nacionalista parcialmente disruptivo da hegemonia colonial e suas continuidades, identificado com movimentos de esquerda, e que teria compartilhado com a direita, de maneira belicosa, a missão de delinear uma nova e genuína “brasilidade”. Para tal, recorro à ideia gramsciana que enxerga o intelectual com uma organicidade relativa para com sua classe social.