PLATAFORMAS DIGITAIS E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE: A NOVA FRONTEIRA DO NEOLIBERALISMO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA
DOI:
https://doi.org/10.52765/entropia.v9i18.588Resumo
O artigo discute a precarização do trabalho docente no estado de São Paulo a partir da plataformização da educação, com destaque para os conceitos de Digital Education Governance e Precision Education Governance. A implementação de plataformas digitais, como o "Centro de Mídias de São Paulo", segue a lógica neoliberal, transformando o trabalho dos professores em atividades monitoradas e controladas digitalmente. A Digital Education Governance, conforme definida por Williamson (2016), representa um deslocamento da governança educacional para novos ambientes digitalizados, onde ferramentas tecnológicas conduzem a conduta de instituições e atores educacionais. A partir de 2024, o governo paulista implementou plataformas digitais como parte de uma lógica neoliberal que transforma o trabalho dos professores em atividades digitais monitoradas, seguindo modelos de controle e vigilância. Essa transformação faz parte de uma tendência global, na qual empresas privadas fornecem infraestrutura tecnológica e coletam dados educacionais, gerando um cenário de uberização do ensino. A padronização do conteúdo e a redução da autonomia docente são pontos centrais, com plataformas como o "Centro de Mídias de São Paulo" assumindo um papel importante nesse processo. Por fim, o artigo também explora como essas mudanças impactam as condições de trabalho dos professores, exacerbando a carga de trabalho e criando um ambiente de maior controle e pressão. Esse modelo reflete a padronização do ensino e a redução da autonomia docente, com professores atuando mais como operadores das plataformas do que como educadores.