MOVIMENTOS REACIONÁRIOS À TEORIA FREIREANA: UM ESTUDO A PARTIR DA ANÁLISE DE PROJETOS DE LEI PROPOSTOS ENTRE 2015 E 2020
DOI:
https://doi.org/10.52765/entropia.v8i15.522Resumo
A pesquisa objetiva compreender o que levou e o que leva o patrono da Educação brasileira, Paulo Freire, um dos maiores pensadores da pedagogia mundial, ser mal visto por uma parcela significativa dos brasileiros. Faz-se necessário, então, compreender como os movimentos reacionários se constituem atualmente e como influenciam no processo de ataque ao pensamento freireano. Analisa-se quais as intersecções entre os movimentos reacionários, Paulo Freire e o movimento Escola Sem Partido, que ganhou notório espaço durante o ano de 2015, quando teve seu primeiro Projeto de Lei proposto no Congresso Nacional. Na análise dos Projetos de Lei que versam sobre a destituição de Paulo Freire como patrono da educação brasileira, observamos o uso reiterado do argumento de que Freire é o culpado pela baixa qualidade do ensino brasileiro, além da produção de um discurso afirmando que Freire é um doutrinador de esquerda, que utiliza sua teoria como forma de propagar sua opinião política, bem como afirmam que ele incentiva à balbúrdia e a insubordinação. Dessa maneira, os ataques proferidos contra Freire se colocam dentro de uma contraposição política, em que esses movimentos conservadores, neofascista, servem ao neoliberalismo e buscam delimitar o conteúdo ensinado nas escolas brasileiras, de forma que utilizam Freire como ponto de partida para desarranjar sua obra e o modelo de educação crítica e progressista que ele representa.