O COTIDIANO DO CÁRCERE – UMA FABRICA DE EXPECTATIVA

Autores

  • Newvone Ferreira da Costa

DOI:

https://doi.org/10.52765/entropia.v8i15.525

Resumo

O trabalho tem como objetivo discutir o cotidiano no cárcere e pontuar como o encarceramento é bem mais que afastar os indivíduos cometedores de delitos do convívio social. Uma dimensão paralela à sociedade, onde o individuo excluído de seu meio cumpre a sua pena nos estabelecimentos prisionais devendo retornar “recuperado”. Porém há um choque e um hiato entre essa proposta recuperadora e a realidade. A prisão é um misto de insalubridade e de aspecto degenerado. O concreto dos muros e ferro das grades e portões se fundem e delineia um espaço frio, sem qualquer menção de ter sido construído para a recuperação, apenas afastamento.A partir dos conceitos  de Foulcaut (1996) que descreve o processo de institucionalização como sendo a base das prisões. Inserir o indivíduo em um cotidiano de regras e de disciplina para que ele seja recuperado e readaptado aos moldes da normalidade. Apontamos o processo de institucionalização como o despojar das características do individuo para revestir-se de um novo em que corresponda a um ideal da sociedade, uma serie de perdas da identidade, buscando-se a conformação de um “corpo dócil”. A intenção desse artigo é estar despertando o interesse não só do conhecimento do que há verdadeiramente por detrás das grades e pensar num outro sistema punitivo, que realmente atenda a segurança social, resocializando, não apenas fechando cadeados e fazendo retornar a sociedade homens recuperados e não revoltados e sem perspectivas que buscarão no crime a forma de sobreviver, tornando em breve um verdadeiro caos social a marginalidade.

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Publicado

06/02/2024

Como Citar

Ferreira da Costa, N. . (2024). O COTIDIANO DO CÁRCERE – UMA FABRICA DE EXPECTATIVA. Entropia, 8(15), 238–252. https://doi.org/10.52765/entropia.v8i15.525